sábado, 30 de julho de 2011

SER GAY NO IRÃ; Revelações de Meir Javedanfar



 
Meir Javedanfar percorre o mundo falando sobre a questão de direitos humanos no Irã. Judeu iraniano refugiado em Israel, uma das suas especialidades é a perseguição a minorias, um dos maiores problemas na ditadura fundamentalista capitaneada por Amahdinejad.
Em sua passagem por São Paulo, Javendanfar (que é um fã do nosso país e arranha um bom português) esteve no MixBrasil e conversamos sobre a difícil vida comunidade LGBT no Irã.

Como é a vida de homossexuais no Irã?
O Irã vive sob uma ditadura onde não há respeito algum aos direitos humanos, principalmente das minorias. Sunitas são perseguidos, os  baha’ i (minoria muçulmana) são considerados infiéis, não conseguem empregos, vivem um verdadeiro apartheid. Se for gay, pode até morrer.
Outra coisa estranha é que como um homem e uma mulher não podem morar juntos se não forem casados há muitos homens que moram juntos. Tenho amigos que são gays , moram juntos e ninguém fala nada. É outro parodoxo: No Irã você pode andar na rua de mãos dadas, dar beijo...é muito mais fácil se esconder lá do que em países no Ocidente.
 
Existe real risco de vida?
Se governo tem algo contra você, vai usar essa desculpa para lhe matar. Geralmente não matam alguém sem que haja outros motivos políticos envolvidos.

Existem grupos de militância LGBT organizados?
Há grupos que se reúnem apenas para trocarem ideias, sobretudo quando estrangeiros vão ao Irã. Mas as pessoas têm medo de falar, aparecer.

Fora do país há grupos de apoio?
Nos EUA há grupos , mas não podem fazer muito. Israel não pode ajudar pessoas que queiram fugir do país, seria considerado uma provocação. Na Inglaterra, na república Tcheca e Holanda existem programas de apoio a homossexuais que busquem asilo político. O governo iraniano destruiu a cultura iraniana. Há mais artistas persas em Los Angeles que em Teerã. Não se pode cantar sobre amor ou outros temas. Em vídeos homens ocupam lugar de mulheres, se vestindo como elas. De uma certa forma estimula o travestismo...

Verdade que no Irã é mais fácil ser transexual que gay ?
O governo no Irã diz que é pecado ser gay e para curá-lo subsidia operação para troca de sexo.  Dizem que a homossexualidade só existe em países estrangeiros, que é parte de uma cultura corrupta. Ninguém entende porque ele disse isso, chegar a usar um termo grosseiro em persa, que insulta as pessoas.

E essa história de que não existem gays no Irã?
Claro existem, meu pai tinha amigos gays lá ainda nos anos 80. Mas se ele tivesse pelo menos um amigo gay não deixaria ele se vestir daquele jeito (risos).
Se houver uma revolução no Irã o melhor castigo seria fazer um Queer Eye For The Straight Guy com Ahmadinejad. Levá-lo a Nova York, comprar roupas para ele na Banana Republic, cortar o cabelo dele com um cabeleireiro israelense – porque todos os cabeleireiros em Nova York são de Israel.

De onde vem essa raiva toda com relação aos gays?
Da religião. Em Israel os radicais religiosos também são contrários a direitos lgbt. Há muita ignorância. É uma sociedade conservadora, mas se fosse uma democracia certamente haveria menos hostilidade contra LGBT..
MIX

MERCADO DA FÉ: Casal vai à Justiça contra Universal por ter pago por cura que não houve



Wenderson Reis da Silva (foto) e Paola Amália Souza (foto) recorreram à Justiça contra a Igreja Universal do Reino de Deus porque se sentiram enganados. Em 2009, o casal deu à igreja, durante o evento chamado de “Fogueira Santa”, um carro, joias e R$ 800 em troca de uma cura divina, que não ocorreu.

Eles têm um filho de 5 anos que aos dois meses de idade contraiu hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro). Trata-se de uma doença grave, mas, segundo eles, um pastor da Universal afirmou que Deus poderia curá-lo, desde que fizessem doações à Fogueira Santa.

Silva é mecânico e sua mulher, dona de casa. Em moram em Nova Ponte, uma cidade de 13 mil habitantes do Triângulo Mineiro que fica a 178 km de Belo Horizonte.

O mecânico disse ter ficado decepcionado porque, além de não ter havido o milagre, o menino piorou – teve meningite cinco vezes e paralisia cerebral.

Hoje, a vida do casal está mais difícil. Paola afirmou que, se o casal ainda tivesse o carro, não precisaria agora pagar táxi. “Fomos enganados.”

Na quinta-feira (28), houve a primeira audiência entre o casal e representantes da Universal. O casal reivindica a devolução das doações e uma indenização por danos morais.

Os advogados da Universal não falaram à imprensa sobre a versão da igreja e o pastor que teria garantido a cura divina desapareceu da cidade.

Com informação e foto do MegaMinas/PaulopesWeblog.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

IRONIA: Malafaia agradece ativistas gays por processo contra ele

Como prometeu pelo Twitter, o pastor líder da igreja Assembleia de Deus, Silas Malafaia, usou o espaço que compra na Bandeirantes para exibir seu programa e agradeceu aos ativistas gays. Mas é claro que se trata de uma ironia, pois no caso Malafaia agradece o pedido da militância para cassar o registro dele como psicólogo no Conselho Federal de Psicologia (CFP), que está analisando a defesa do religioso.

No programa do último sábado, 23, que foi reprisado na manhã desta terça-feira, 26, o pastor diz que os ativistas LGBT provam que são intolerantes ao querer impedir que Malafaia atue como psicólogo – e continue tentando “curar” gays de sua homossexualidade, prática condenada pelo próprio CFP.

Usando da retórica que o transformou em um dos três líderes religiosos mais poderosos e influentes do Brasil, Malafaia inverte o jogo e diz que “os grupos mais intolerantes da pós-modernidade são os ativistas gays. Eles querem calar qualquer um que se levante para criticar a conduta homossexual”. Confira: 


MIX

terça-feira, 26 de julho de 2011

REFLEXÃO: SBT aceita vender horário a igreja por R$ 300 milhões

O pastor Valdemiro Santiago e o apresentador Silvio Santos
Está próximo o desfecho de um dos maiores e mais rentáveis negócios da TV brasileira em todos os tempos. Após meses de negociação, o SBT acenou que pode vender parte de suas madrugadas para a Igreja Mundial do Poder de Deus, do pastor Valdemiro Santiago. Segundo esta coluna apurou, o valor pedido à igreja foi de R$ 300 milhões por ano.
Curiosamente, não é o enorme valor que emperrou as negociações. Emissários do líder da Igreja Mundial já haviam chegado a essa quantia no final do ano passado, mas a oferta era por todas as madrugadas da semana.
O problema é que Silvio Santos não aceita isso. A contraproposta do SBT foi de vender 4 horas (das 2h às 6h) de segunda a quinta. Madrugadas de sexta para sábado, domingo e segunda continuariam com a programação do SBT.
Santiago, líder da igreja evangélica que cresce mais rapidamente no Brasil, está reavaliando o acordo. Cansado de falar com executivos da emissora, o religioso tentou fechar o acordo diretamente com Silvio Santos dias atrás. O empresário, no entanto, vem se esquivando.




Santiago tem pressa porque um acordo lhe permitirá sair do canal 21 (Band), ou mesmo reduzir seu espaço. Hoje a Mundial do Poder de Deus paga entre R$ 4 milhões e R$ 6 milhões para a Band. Esse dinheiro seria melhor investido no SBT, um canal com muito mais público.
Procurado, o SBT não comentou. O pastor Valdemiro Santiago também se recusa a falar com a imprensa.
Caso esteja se perguntando, sim, esta coluna é a Ooops! mesma que deixou de ser publicada em janeiro de 2005, e que agora voltou. Exclusividade do F5, o site de diversão da Folha. 
FOLHA 
SEM CENSURA: A Religião sem dúvidas hoje é melhor ramo para se investir, pois não tem fator de risco...Basta obsevar os belos exemplos da Bispa Sônia, do Bispo Macêdo e de tantos outros que aumentaram seu patrimônio investindo na Bolsa de Valores Chamada Cristo! Prometendo prosperidade financeira, amorosa e uma "VIDA SEM PROBLEMAS"...Infelizmente a demanda de clientes para esse ramo é enorme, pois as IGREJAS pregam e prometem as necessidades do ser humano. Quem vai pagar esse motante de R$300 milhões? Pra furtar nem sempre é preciso apontar uma arma e anunciar o assalto!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ministério da Justiça elogia Globo por mostrar a perseguição que gays sofrem no Brasil

O Ministério da Justiça manteve a classificação indicativa da novela Insensato Coração para 12 anos pelas discussões em torno da homofobia que a trama vem tratando após a obra passar a veicular com mais frequência "conteúdos de natureza e de relevância social", "em especial pela valorização e respeito aos direitos homossexuais", nas palavras do Ministério. 

O Ministério elogiou o fato de a novela mostrar "cenas e diálogos em que se expõe a realidade social de perseguição, discriminação, preconceito e violência contra o segmento LGBT". Em março último, a Secretaria Nacional de Justiça (que trata da classificação indicativa) havia alertado a emissora de que o conteúdo da novela não estava adequado para a classificação indicativa de 12 anos, mas o secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, considerou que a emissora, além do combate à homofobia, fez um esforço para "abordar de forma atenuada os temas relacionados a violência e erotização que compõem a obra, como assassinato e nudez".A decisão foi publicada nesta quarta-feira no "Diário Oficial da União". Seria de grande valia que a posição do Ministério da Justiça alterasse a postura da direção da Globo em atenuar as cenas gays da trama. 

MIX

sábado, 16 de julho de 2011

Governador da Califórnia aprova lei que garante ensino sobre LGBT nas escolas

Governador da Califórnia aprova lei que garante ensino sobre LGBT nas escolas
O governador da Califórnia, Jerry Brown, anunciou ontem a lei que exige que as escolas ensinem sobre os LGBT que contribuíram para a história do país. 

Com a medida, o estado se torna o primeiro dos EUA a garantir que crianças e adolescentes conheçam um pouco mais de personalidades como Harvey Milk, ativista e o primeiro gay a ocupar um cargo político em San Francisco.

Em comunicado, o governador afirmou que "a história deve ser honesta" e que "importantes contribuições dos americanos de todas as origens e estilos de vida devem ser incluídos nos livros de nossa história".

O senador democrata Mark Leno, responsável  pelo projeto, comemorou a aprovação. "Hoje estamos fazendo história na Califórnia, garantindo que nossos livros didáticos e materiais institucionais já não excluem as contribuições dos LGBT aos norte-americanos."

A nova medida garante também a proibição de material didático com conteúdo discriminatório.
A CAPA

Pastor homofóbico é detido na Praça da Sé por pregar contra gays. Veja vídeo

Um pastor evangélico foi detido em plena luz do dia na Praça da Sé, marco zero da cidade de São Paulo, após pregar contra os homossexuais. Quem passa pelo local sabe que é costumeira a presença de homens que se dizem pastores pregando para a multidão de cruza a praça.

O fato ocorreu no último dia 28, Dia Mundial do Orgulho LGBT, mas teve o vídeo divulgado na internet apenas agora. Um dos ouvintes se irrita com a pregação do pastor e chama a polícia para prendê-lo. Os policiais tentam amenizar a situação, mas as pessoas em volta criam um tumulto e rola até spray de pimenta para dispersar os curiosos. Muitos tentando impedir que o pastor fosse levado. Confira:

 MIX

Bolsonaro fica bravo com festa fictícia marcada para acontecer na casa dele


Bolsonaro fica bravo com festa fictícia marcada para acontecer na casa dele


Está rolando no Facebook uma festa chamada "Orgia gay na casa do Bolsonaro" e mais de oito mil internautas já aceitaram o convite e confirmaram presença.

O dia da "festinha" é 31 de julho, um domingo. “Pedimos que, cada vez que o senhor deputado der uma entrevista, falar na Câmara, tirar uma foto para algum jornal, apareçam pessoas levantando a bandeira coloria, se beijando, demonstrando amor ao próximo que não se defende neste país”, diz o convite da festa, em tons políticos.

Bolsonaro já reclamou: “Estas pessoas não têm respeito, nem moral, nem ética, elas estão surtando. A internet aceita tudo. Se eu for dar bola para tudo isto, estou perdido. Não vou recuar da minha vida e das minhas posições por causa disso. Se eles acham que vou, estão enganados”. “Isto não é uma brincadeira. Brincadeira é chamar alguém de ‘boiola’ tomando um chope. Quando o cara fala que vai até a minha casa, a coisa muda de figura”, ameaçou ele.

Mas é claro que a festa é uma brincadeira né, seu Bolsonaro!

MIX

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Senadora Marta Suplicy fala a respeito de novo projeto que criminaliza a homofobia




Não faz diferença o número ou autor do projeto, mas quero ser a relatora para que a base seja mantida


Para dar fim a toda esta polêmica envolvendo o PLC 122, o MixBrasil conversou no final da tarde desta terça-feira com a senadora Marta Suplicy, que já adiantou que os críticos da decisão da parlamentar em construir um novo projeto estão se “precipitando na compreensão do que está sendo feito”.

Veja os principais trechos da entrevista:

Novo projeto

É muito difícil negociar dentro da Câmara dos Deputados e do Senado. Você tem que negociar aqui, conversar ali. Nossa intenção é apresentar um novo projeto, sem descaracterizar a ideia do PLC 122. Se conseguirmos um acordo que avance, é interessante. Fizemos um trabalho inicial, a quatro mãos, e que neste momento está sendo apresentado aos evangélicos. Os quatro [Marta Suplicy, Toni Reis, Demóstenes Torres e Marcelo Crivella] acham que vai dar certo. Se passar, vai servir de base para um projeto feito por vários senadores, de vários partidos e diferentes convicções religiosas, no qual serei a relatora, para ter a garantia de que as bases do projeto serão mantidas. Se conseguirmos, será ótimo. Se vai ser 122, 444, 555, se o autor vai ser um evangélico, isso não é relevante. O importante é que seja aprovado com tudo o que a gente quer. Caso sua criação seja aprovada, ele será apensado ao PLC 122, por tratar de legislação sobre o mesmo tema.


PLC 122

Não importa o que fizermos pelo PLC 122, se criou uma campanha em torno do projeto e ele está muito demonizado. Sua aprovação seria muito difícil, praticamente impossível. Se fosse possível fazer algo mais para dar sobrevida ao projeto, é óbvio que teríamos feito. Neste momento ele está quieto, parado. Não pode ser feito nada.

Críticas
A ABGLT representa mais de 200 instituições. Não tem sentido questionar sua representatividade e sua pluralidade. Com relação ao projeto, ainda não tem nada fechado. Não dá para conversar com todo mundo ao mesmo tempo. Ainda estamos labutando. Mas vamos conversar com todos, inclusive com os parlamentares da Frente pela Cidadania LGBT. Nunca apresentaria nada sem consultá-los. O que não dá é para se precipitar e sair falando, sem entender o que está sendo feito. Nós precisamos nos unir, e não competir uns com os outros.
 MIX

Em discurso no Senado, Magno Malta dá pistas sobre novo projeto de lei que será criado para penalizar homofobia



Senador Magno Malta é uma das lideranças evangélicas e vai contrinuir para novo texto que petende criminalizar crimes de intolerância
Na quinta-feira da semana passada, 30, o senador Magno Malta comentou em discurso na tribuna do Senado sobre a nova articulação que vai criar o texto do projeto de lei que quando aprovado penalizará crimes homofóbicos e outros crimes de intolerância (racial, religiosa etc). Esse novo texto deverá ser criado em conjunto por vários senadores, representantes da Frente Evangélica, da Frente da Família, da Frente LGBT e de membros da ABGLT. O Projeto de Lei terá relatoria de Marta Suplicy.

O discurso de Magno Malta foi dirigido à senadora Marta Syuplicy e é bastante esclarecedor sobre os rumos desta nova proposta que começa a ser discutida agora.

Leia na íntegra.

"Registro, ainda, com muita alegria, um almoço no meu gabinete _aliás, almoçar no gabinete é uma pratica que tenho_ com o Senador Pinheiro, a Senadora Marta Suplicy, que preside esta sessão, o Deputado Gilmar Machado, a Deputada Benedita da Silva, a Deputada Lauriete e com a minha presença para discutirmos um novo texto que trate das questões de discriminação, intolerância, homofobia no Brasil, contemplando com respeito todos os cidadãos do Brasil.

Senadora Marta, registro esse fato ao Brasil como um grande avanço. Foi uma reunião respeitosa, com nossos espíritos desarmados, em favor dos que sofrem intolerância no Brasil, dos que sofrem desrespeito no Brasil.

Esta Casa guarda _e talvez o You Tube_ os registros de oito anos de todos os meus discursos, de todas as vezes que falei nesta Casa sobre esse assunto. Sempre versei que o homofóbico tem que pagar pela sua homofobia. Não é normal que alguém deseje matar o outro, jogar embaixo de uma carreta, esganá-lo. Esse é o comportamento de um homofóbico. Mas não é normal que todos sejamos tratados da mesma forma. Por isso, é preciso tipificar esse crime, como dizia o Senador Pinheiro, que acaba de chegar ao seu lado, Srª Presidente, pela intolerância, pelo desrespeito às pessoas, porque há intolerância, de uma maneira generalizada na sociedade, com evangélicos, com católicos...

Na verdade, nós temos que tratar de coisas pequenas. Se você vir um casal hetero se beijando na porta da sua casa, você pode dizer: "mnão quero que vocês se beijem aqui". Eles vão embora, e você não é preso. Mas se você falar isso para um casal homossexual, naquele projeto de lei de Iara Bernardes, você vai para a cadeia. Nós não queremos esse tipo de aberração. Nós faremos um texto enxuto, de consenso, que contemple o respeito a todas as pessoas. É o que eu dizia ao Deputado Jean, na semana passada, quando o encontrei no elevador. Até reportei-me ao tipo de insinuação que ele tem feito e convidei-o a vir ao meu gabinete para discutir serenamente aquilo que discuti, hoje, com a Senadora Marta Suplicy, em uma reunião equilibrada, com pessoas equilibradas, que querem o bem de todos e têm a verdade no seu discurso e nas suas crenças.

Nós vamos, de fato, produzir um texto que contemple aqueles que são vítimas de intolerância. Acho que quase 100% da sociedade brasileira são vítimas da intolerância, pois em qualquer área da vida há alguma intolerância com um de nós, em algum assunto, em algum momento da história, em algum momento do dia­ e vamos tratar da questão da homofobia.

Por isso, agradeço muito a Senadora Marta ter aceitado o convite para ir ao meu gabinete. V. Exª, por favor, devolva, com um almoço também, o convite para eu ir ao seu gabinete, juntamente com a Frente da Família e com V. Exª, para que tenhamos uma reunião com o mesmo tom e possamos, de fato, entregar ao Brasil um texto e sair dessa história de PL 122...

Engavetamento do PLC 122 é uma derrota para os LGBTs, reconhece o deputado Jean Wyllys


"Depois de anos de luta, um projeto não pode ser simplesmente abandonado sem uma maior discussão", critica o deputado

Em entrevista concedida na tarde desta terça-feira ao MixBrasil, o deputado federal Jean Wyllys classificou como uma “derrota” a decisão de engavetar o PLC 122 pela relatora do projeto, a senadora Marta Suplicy.

“Do mesmo modo como aconteceu na Câmara Federal, em que o projeto foi aprovado graças ao protagonismo dos LGBT, deveria ter sido no Senado, mas nas últimas semanas a senadora Marta Suplicy e o Toni Reis [presidente da ABLGT] passaram a negociar diretamente com os senadores e deputados da oposição, sem qualquer tipo de consulta ou participação dos demais parlamentares apoiadores do projeto. Até mesmo membros da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT ficaram de fora”, criticou o deputado. “A senadora Marta Suplicy está desconsiderando os outros parlamentares e os demais segmentos da militância LGBT”, completou.

Jean Wyllys ainda definiu como lamentável a decisão de abandonar o projeto por conta da chamada “demonização”. “Não dá para admitir que agora deputados e senadores que historicamente sempre se opuseram aos direitos LGBT venham querer apresentar um projeto que contemple as nossas reivindicações. Os negros não aceitaram, as mulheres não aceitaram. Por que nós temos que aceitar?”, questionou o deputado.

Levando em conta as dificuldades em se aprovar o PLC 122, o deputado Jean Wyllys sugeriu que uma alternativa seria reunir os parlamentares apoiadores da causa, a mídia LGBT e os mais diversos segmentos da militância, e não somente a ABGLT, para criarem juntos um novo projeto.

Para discutir esta alternativa e os rumos a serem tomados após os últimos acontecimentos, o deputado pretende se reunir nesta quarta-feira, em Brasília, com alguns membros da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT. “De lá, poderá sair um esboço para um futuro projeto que será amplamente discutido com deputados e senadores e com toda a militância”, revela.
MIX