domingo, 30 de outubro de 2011

Entenda o que muda com a aprovação do casamento gay pelo STJ

Entenda o que muda com a aprovação do casamento gay pelo STJ
Em decisão inédita, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o casamento civil entre duas pessoas do mesmo sexo por quatro votos favoráveis e um contrário. A decisão foi comemorada no país inteiro.

A diferença entre a decisão do Supremo Tribunal Federal, que em maio deste ano estendeu o reconhecimento de uniões estáveis para os casais homoafetivos, é que esta torna obrigatório a todos os cartórios do Brasil a seguirem a sua recomendação. Já a decisão do STJ não é obrigatória, mas abre uma importante júrisprudência para que juízes de fóruns ao redor do Brasil possam se basear para decidir favoravelmente a outros casais que queiram casar no civil ou converter a sua união estável em casamento.

Porém, sempre que altos órgãos da justiça tomam decisão com o caráter acima mencionado a grande questão que surge é: mas o que muda? Assim foi quando o STF aprovou as uniões estáveis homoafetivas. Agora com a decisão do STJ, as dúvidas surgem novamente.

O que muda com a júrisprudência dada pelo STJ, a seguir as principais mudanças:

- No casamento civil é permitida fazer a troca de sobrenomes, na união estável a troca pode ser questionada por juiz.
- No casamento civil os cônjuges podem adotar o estado civil de casados; na união estável não muda.
- No casamento o cônjuge não pode ficar sem herança, na união estável a herança para o companheiro pode ser questionada pelos familiares e tem de estar no testamento.
- No casamento civil o reconhecimento da união é imediato, na união estável é preciso estar mais de três anos juntos e provar judicialmente tal união.

A Capa

"Às vezes pintam uns namorados", diz ator Marco Nanini à revista

"Às vezes pintam uns namorados", diz ator Marco Nanini à revista
O ator Marco Nanini é capa da edição de novembro da revista "Bravo!". Em entrevista, Nanini fala sem pudores sobre sua vida amorosa e o sucesso na profissão.

Quando questionado a quantas anda seu coração, o ator entrega que "às vezes, pintam umas namoradas, uns namorados... namoradas, não. Namorados... mas, se não pintam, sem problemas. Já vivi o que necessitava viver nessa seara".

Nanini, que é considerado um dos melhores atores do Brasil, também faz um reflexão sobre o sucesso. "Comparo o sucesso com a luz de um daqueles holofotes giratórios. Num momento, o foco ilumina você. No momento seguinte, o abandona e não volta nunca mais. Todo artista em evidência deveria se preparar para quando o sucesso se retirar. Eu tento, seja garimpando outros interesses, seja tratando os elogios com maturidade".

Essa não é a primeira vez que o ator, que está com 63 anos, fala sobre sua sexualidade. Em maio de 2010, o ator disse numa entrevista para a "Playboy": ""Eu não finjo ser nada. (...) Eu não preciso dizer minha opção sexual (sic). Acho que todo mundo que me vê, sabe. Ainda ter que discutir isso? É chatíssimo".

A Capa

Filme "Acho que Sou" aborda a homossexualidade de forma divertida e estereotipada

Filme "Acho que Sou" aborda a homossexualidade de forma divertida e estereotipada
De forma divertida, porém não menos estereotipada, "Acho que Sou", comédia romântica e dramática do diretor Brian Sloan, brinca com a homossexualidade através de piadas e personagens ditos típicos deste frenético universo: celebridade gay preocupada com a beleza, mulheres que confiam seus segredos mais obscuros ao amigo homossexual, baladas e saídas conflituosas do armário.

No enredo, Bob e Brendan dividem o quarto durante o período de faculdade: Bob é o elo mais frágil, apaixonado e romântico. Brendan é o dito machão, com a sexualidade reprimida, namorado de uma das colegas de faculdade de Bob. O destino os separa durante alguns anos, deixando-os frente a frente cinco anos depois, na festa de casamento de uma das principais amigas dos rapazes. Brenda, agora, está solteiro e se liberta do armário, enquanto Bob é um bem sucedido roteirista de novelas, namorado de Sterling Scott, um galã do cinema e da televisão. O reencontro vai balançar as estruturas dos relacionamentos de ambos, fazendo-os questionar as suas respectivas condições sociais e afetivas.

A trama apresenta um enredo um pouco frouxo, desleixado, que promete a todo instante arrebatar o espectador, naufragando, infelizmente, nas intenções. Não que Acho que Sou seja um filme ruim. Acredito é que a temática pede um roteiro mais seguro. Algumas cenas apresentam bons resultados. Mas são poucas. Para isso, o diretor conta com a cumplicidade de seu elenco, em atuações medianas, ainda que engraçadas. Em suma, ao mesmo tempo em que há momentos inspirados, o filme deixa a desejar.

Quem ganha boa parte das cenas é o namorado de Bob, o personagem Sterling Scott. Ele é um ator de cinema bonitão, mas inseguro. Apaixonado por Bob, Sterling vive questionando-o sobre uma possível relação séria.  Ele tem uma presença espontânea e charmosa, colaborando para adornar a narrativa. Há uma deliciosa cena referenciando a Doris Day, atriz muito famosa no cinema clássico hollywoodiano, que fez parceria com o ator homossexual Rock Hudson, famoso pela sua beleza, talento e polêmicas questões no que tange a sexualidade e os seus escandalosos relacionamentos.

Nessa mesma sequência de ascendente importância, vale prestar atenção no figurino: nas comemorações do Dia dos Namorados, todos estão vestidos de branco e vermelho, exceto Bob, que no momento se encontra numa paixão não correspondida pelo seu amigo de longa data, Brendan.

O enredo se perdeu em um filme redondinho, com alguns momentos agradáveis, mesmo que nada tenha de surpreendente. Algumas situações que poderiam ter impacto resultam frágeis. Talvez seja pelo fato do diretor, que até tem noção de enquadramento, mas é vencido pela obviedade do roteiro. Com 93 minutos de duração, Acho que Sou acerta nos créditos iniciais e finais. Criativos e interativos. Boa escolha.

"Acho que Sou". Disponível em DVD. Nota: 6.
*Leonardo Campos escreve quinzenalmente neste espaço sobre cinema e lançamentos em DVD. É pesquisador em cinema, literatura e cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e professor de literatura.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Polícia invade casamento gay no Oriente Médio

Polícia invade casamento gay no Oriente Médio
De acordo com o portal de notícias Emirates 24/7, vinte gays foram presos nos Emirados Árabes. Os homens participavam de um suposto casamento gay no topo de uma colina no sul da província de Jazan.

Uma numerosa força policial saudita invadiu a cerimônia e prendeu além dos gays, outros 200 participantes. De acordo com a polícia, parte dos presos eram pessoas procuradas, que estavam permanecendo ilegalmente no país.

A homossexualidade é criminalizada nos Emirados Árabes. A prisão só reforça os vários absurdos ocorridos com gays no Oriente Médio.

EUA: aluno é expulso de torcida após ser flagrado beijando colega

EUA: aluno é expulso de torcida após ser flagrado beijando colega
Um líder de torcida, de 17 anos, foi expulso da equipe da High School Alice, que fica no sul do Texas, por ter sido filmado pelas câmeras de segurança beijando outro garoto.

O estudante declarou que além de ser expulso da torcida, também foi suspenso por dois dias da escola.

"Eles deveriam usar as câmeras para ver se algo está sendo roubado e não para vigiar os alunos. E se o beijo é motivo de suspensão, eles deveriam suspender metade da escola, já que aqui tem gente se beijando por todos os lados", protestou o aluno, que manteve a sua identidade em sigilo.

Alguns pais se sensibilizaram com a história do garoto e denunciaram garotas da torcida que engravidaram e permanecem na torcida. Uma das regras para continuar no grupo é ter um comportamento acima da média. O beijo gay foi considerado um "mau" exemplo.

A direção da escola declarou que não houve homofobia, também disseram que os pais do garoto aprovaram a atitude da instituição de ensino. Porém, o estudante disse que seus pais não concordaram com a decisão, mas que desistiram de discutir com a direção.
A Capa

Malafaia acusa comunidade gay de ser "doente"; site A Capa sofre tentativa de ataque

Malafaia acusa comunidade gay de ser "doente"; site A Capa sofre tentativa de ataque
Nesta segunda-feira (17) veiculamos uma reportagem onde o pastor Silas Malafaia critica a campanha "Nem Santo Te Protege", que se utiliza de imagens sacras para informar que ninguém está livre do contágio do HIV/Aids. No vídeo, o pastor pede para que a Igreja Católica "desça o porrete na comunidade gay".

Após a publicação da matéria, uma enxurrada de comentários e emails chegaram à redação do site A Capa. Em sua maioria, surtos fundamentalistas e outros que atentavam para o fato do vídeo estar editado. Por conta disso, a reportagem de A Capa foi conferir o programa na íntegra.

Ao assistir o vídeo original é possível constatar que, no que diz respeito às ofensas à comunidade LGBT, conteúdo sem edição dá um baile no editado. Ou seja, é bem pior. Primeiramente, Silas Malafaia inicia o programa fazendo uma análise sobre a cobertura dos jornais "O Estado de São Paulo", "Folha de São Paulo" e "O Globo" com relação a Marcha para Jesus e a Parada do Orgulho LGBT.

Ao comparar as coberturas de "O Globo", o pastor se indigna e dá nota zero para jornal, que dá apenas uma nota de rodapé para a Marcha e página inteira para o evento LGBT. "Olha, 'O Globo', que coisinha linda, bota na primeira página um evento que é em São Paulo. Dez pra 'Folha', dez pro 'Estadão' e zero pro jornal 'O Globo'", critica o pastor.

Em seguida, Malafaia diz que "não odeia os homossexuais" e repete o discurso padrão de que ama o pecador, mas não as suas práticas.  O pastor também fala de uma aparente perseguição da imprensa aos evangélicos e justifica tal fato por conta das redações estarem "cheias de gays".

"Quando um pastor chutou uma santa, a imprensa detonou os camaradas. O camarada teve que correr do Brasil por que até de morte foi ameaçado. Agora, a Parada Gay ridiculariza símbolos católicos e a imprensa não diz nada, não baixa o porrete... É isso que eles querem, botar uma mordaça na sociedade pra eles falarem o que quiserem, criticarem e ridicularizarem o que quiserem", protesta o religioso.

Em outro momento, Silas Malafaia afirma que não vai "perder o seu tempo" processando. "Podem falar o que quiserem... Mas eu lhes pergunto: quem são os doentes? Quem são os verdadeiros doentes, minha gente? Os caras querem com essa pseudo lei da homofobia [PLC 122/06], eles querem uma lei do privilégio para falarem o que quiserem. E sabe por que a imprensa não diz nada? Por que dentro das editorias está cheio de gays e eles manipulam a informação, está lotado [de gays] nas editorias, nos jornais e na TV. Eu queria ver se um evangélico fizesse algo contra a igreja Católica se eles [imprensa] não iam perseguir e meter o pau como fizeram?", questiona Malafaia.
A Capa

Revista Trip dedica edição a diversidade sexual e publica beijo gay na capa

Deve causar algum desconforto, em especial entre os setores mais conservadores da sociedade brasileira, a brilhante capa da revista Trip que foi divulgada nesta quarta-feira, 19 de outubro, nas bancas. A edição é toda voltada à diversidade sexual e traz dois surfistas se beijando na capa.

A chamada principal da capa indica que a reportagem trata da comunidade Gay Surfers, que tem três mil surfistas gays cadastrados e já havia sido alvo de reportagem da revista JUNIOR (na edição 27). O entrevistado da edição da Trip é o diretor e ator Zé Celso Martinez. A revista também conta com uma fotonovela escrita e protagonizada por Evandro Santo e Arthur Veríssimo e traz entre suas reportagens assuntos sobre intolerância e liberadade sexual.

Vamos acompanhar de perto a repercussão da capa e da edição. Vale lembrar quem em junho de 1999 uma capa da revista Sui Generis que trazia foto de dois homens se beijando foi censurada e recolhida. A revista só voltou às bancas depois de ser ensacada com uma tarja preta sobre o beijo.

Mais de dez anos depois, a Trip faz o assunto voltar à tona. Vamos torcer para que os donos das bancas de jornal não escondam a revista.
MIX