quinta-feira, 3 de junho de 2010

Parte dos crimes homofóbicos na cidade de São Paulo ocorre dentro de casa

Organizada pelo vereador Ítalo Cardoso (PT), aconteceu ontem, terça-feira (01/06), na Câmara Municipal de São Paulo, a sessão solene do Orgulho Gay. Durante as falas, foram conhecidos os dados do Mapa da Homofobia, que está sendo realizado pela Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual (Cads).

Franco Reinaudo, gestor da Cads, revelou que foram levantadas 980 denúncias junto ao órgão da Prefeitura e delegacias. O estudo revelou que muitos casos de homofobia acontecem dentro de casa. "É um número muito grande", disse Reinaudo, que também ressaltou a importância do projeto de capacitação técnica para travestis. "As três bolsistas conseguiram emprego com carteira assinada", declarou.

Quem também marcou presença na sessão solene foi o ex-deputado estadual Renato Simões, autor da lei 10.948/01, que pune administrativamente os delitos homofóbicos. Para Simões, "a luta dos direitos humanos não tem protagonista".

"Eu tenho a lei 10.948 como cabeceira". Foi assim que Dimitri Sales, coordenador da Cads estadual, iniciou sua fala para depois ressaltar a importância de se realizar a sessão na Câmara Municipal. "Aprovar leis é reconhecer uma população que está alijada de seus direitos", destacou.

Dentro da questão de políticas e homofobia parlamentar, Mitchely Meira, coordenadora nacional de Políticas Públicas LGBT, relatou um pouco da sua experiência como coordenadora LGBT na Prefeitura de Fortaleza. "Pela primeira vez, a sociedade viu o que era preconceito, o nosso opositor espalhou outdoors contra o nosso programa LGBT", contou.

Na eleição seguinte, o mesmo adversário voltou. "Qual foi o primeiro ato do candidato? Tirou uma foto com vários gays dizendo que não tinha preconceito. Ele perdeu de novo", falou. Para Mitchely, a sociedade não cai mais em farsas. "Nós tivemos coragem de falar publicamente sobre as questões LGBT e felizmente a sociedade nos apoiou, tanto é que a Luizianne [Lins, atual prefeita] se reelegeu no primeiro turno".

O debate terminou às 21h. Participaram da mesa: Dimitri Sales, da Coordenação Estadual de Políticas Públicas LGBT; Franco Reinaudo, da Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual da cidade de São Paulo; Julian Rodrigues, do Corsa; Mitchely Meira, da Coordenação Nacional de Políticas Públicas LGBT; Renato Simões, autor da lei antihomofobia do Estado de São Paulo; Leandro Rodrigues, da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo; e Phamela Godoy, da executiva do Fórum Paulista LGBT.

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