De forma divertida, porém não menos estereotipada, "Acho que Sou", comédia romântica e dramática do diretor Brian Sloan, brinca com a homossexualidade através de piadas e personagens ditos típicos deste frenético universo: celebridade gay preocupada com a beleza, mulheres que confiam seus segredos mais obscuros ao amigo homossexual, baladas e saídas conflituosas do armário.
No enredo, Bob e Brendan dividem o quarto durante o período de faculdade: Bob é o elo mais frágil, apaixonado e romântico. Brendan é o dito machão, com a sexualidade reprimida, namorado de uma das colegas de faculdade de Bob. O destino os separa durante alguns anos, deixando-os frente a frente cinco anos depois, na festa de casamento de uma das principais amigas dos rapazes. Brenda, agora, está solteiro e se liberta do armário, enquanto Bob é um bem sucedido roteirista de novelas, namorado de Sterling Scott, um galã do cinema e da televisão. O reencontro vai balançar as estruturas dos relacionamentos de ambos, fazendo-os questionar as suas respectivas condições sociais e afetivas.
A trama apresenta um enredo um pouco frouxo, desleixado, que promete a todo instante arrebatar o espectador, naufragando, infelizmente, nas intenções. Não que Acho que Sou seja um filme ruim. Acredito é que a temática pede um roteiro mais seguro. Algumas cenas apresentam bons resultados. Mas são poucas. Para isso, o diretor conta com a cumplicidade de seu elenco, em atuações medianas, ainda que engraçadas. Em suma, ao mesmo tempo em que há momentos inspirados, o filme deixa a desejar.
Quem ganha boa parte das cenas é o namorado de Bob, o personagem Sterling Scott. Ele é um ator de cinema bonitão, mas inseguro. Apaixonado por Bob, Sterling vive questionando-o sobre uma possível relação séria. Ele tem uma presença espontânea e charmosa, colaborando para adornar a narrativa. Há uma deliciosa cena referenciando a Doris Day, atriz muito famosa no cinema clássico hollywoodiano, que fez parceria com o ator homossexual Rock Hudson, famoso pela sua beleza, talento e polêmicas questões no que tange a sexualidade e os seus escandalosos relacionamentos.
Nessa mesma sequência de ascendente importância, vale prestar atenção no figurino: nas comemorações do Dia dos Namorados, todos estão vestidos de branco e vermelho, exceto Bob, que no momento se encontra numa paixão não correspondida pelo seu amigo de longa data, Brendan.
O enredo se perdeu em um filme redondinho, com alguns momentos agradáveis, mesmo que nada tenha de surpreendente. Algumas situações que poderiam ter impacto resultam frágeis. Talvez seja pelo fato do diretor, que até tem noção de enquadramento, mas é vencido pela obviedade do roteiro. Com 93 minutos de duração, Acho que Sou acerta nos créditos iniciais e finais. Criativos e interativos. Boa escolha.
"Acho que Sou". Disponível em DVD. Nota: 6.
No enredo, Bob e Brendan dividem o quarto durante o período de faculdade: Bob é o elo mais frágil, apaixonado e romântico. Brendan é o dito machão, com a sexualidade reprimida, namorado de uma das colegas de faculdade de Bob. O destino os separa durante alguns anos, deixando-os frente a frente cinco anos depois, na festa de casamento de uma das principais amigas dos rapazes. Brenda, agora, está solteiro e se liberta do armário, enquanto Bob é um bem sucedido roteirista de novelas, namorado de Sterling Scott, um galã do cinema e da televisão. O reencontro vai balançar as estruturas dos relacionamentos de ambos, fazendo-os questionar as suas respectivas condições sociais e afetivas.
A trama apresenta um enredo um pouco frouxo, desleixado, que promete a todo instante arrebatar o espectador, naufragando, infelizmente, nas intenções. Não que Acho que Sou seja um filme ruim. Acredito é que a temática pede um roteiro mais seguro. Algumas cenas apresentam bons resultados. Mas são poucas. Para isso, o diretor conta com a cumplicidade de seu elenco, em atuações medianas, ainda que engraçadas. Em suma, ao mesmo tempo em que há momentos inspirados, o filme deixa a desejar.
Quem ganha boa parte das cenas é o namorado de Bob, o personagem Sterling Scott. Ele é um ator de cinema bonitão, mas inseguro. Apaixonado por Bob, Sterling vive questionando-o sobre uma possível relação séria. Ele tem uma presença espontânea e charmosa, colaborando para adornar a narrativa. Há uma deliciosa cena referenciando a Doris Day, atriz muito famosa no cinema clássico hollywoodiano, que fez parceria com o ator homossexual Rock Hudson, famoso pela sua beleza, talento e polêmicas questões no que tange a sexualidade e os seus escandalosos relacionamentos.
Nessa mesma sequência de ascendente importância, vale prestar atenção no figurino: nas comemorações do Dia dos Namorados, todos estão vestidos de branco e vermelho, exceto Bob, que no momento se encontra numa paixão não correspondida pelo seu amigo de longa data, Brendan.
O enredo se perdeu em um filme redondinho, com alguns momentos agradáveis, mesmo que nada tenha de surpreendente. Algumas situações que poderiam ter impacto resultam frágeis. Talvez seja pelo fato do diretor, que até tem noção de enquadramento, mas é vencido pela obviedade do roteiro. Com 93 minutos de duração, Acho que Sou acerta nos créditos iniciais e finais. Criativos e interativos. Boa escolha.
"Acho que Sou". Disponível em DVD. Nota: 6.
*Leonardo Campos escreve quinzenalmente neste espaço sobre cinema e lançamentos em DVD. É pesquisador em cinema, literatura e cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e professor de literatura.
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