Na madrugada do último sábado, dia 1 de outubro, enquanto milhares assistíamos ao show da Shakira, mais um ataque homofóbico contra um casal gay aconteceu em São Paulo. Marco Villa e seu namorado foram covardemente atacados quando saíam de um bar na região da Av. Paulista.
Desde o final do ano passado foram pelo menos sete ataques semelhantes (registrados e repercutidos) na mesma região, afora os outros não notificados e os ocorridos em outras cidades. Até quando?
Fico me perguntando o que as autoridades públicas do Estado de São Paulo estão fazendo para enfrentar essa verdadeira epidemia homofóbica, concentrada na capital e na região próxima à Avenida onde, contraditoriamente, se realiza a maior parada do Orgulho LGBT do mundo!
É facilmente observável que não houve um reforço do policiamento ostensivo na região, como seria de se esperar depois de tantos casos. Isso para não falar no descaso quando são feitas as denúncias, pois muitos policiais desestimulam as vítimas a registrar a ocorrência e insistir na apuração. Também não sabemos se têm sido tomadas medidas no âmbito da inteligência policial, voltadas à prevenção desses crimes.
Muito menos há qualquer ofensiva midiática dos governos paulista e paulistano no sentido de combater a homofobia e promover o respeito à diversidade. Não existem campanhas anti-homofóbicas, como há contra o cigarro, por exemplo.
Essas preocupações levaram a Aliança Paulista LGBT, uma nova rede articulada no Estado de São Paulo, que já conta com 14 grupos, a pedir que o Secretário de Segurança Pública e a Secretária de Justiça e Defesa da Cidadania recebam o movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais em audiência para discutir ações imediatas.
Na carta aos Secretários, também se solicita que o governo estadual implemente as seguintes medidas:
1. Aumento significativo do policiamento ostensivo na região da Avenida Paulista, sobretudo durante a noite e na madrugada;
2. Reforço das ações de inteligência policial voltada à prevenção de ataques e ao mapeamento de possíveis agressores;
3. Reforço do efetivo e da estrutura da DECRADI, que está sobrecarregada;
4. Sensibilização das forças policiais para que lidem de maneira adequada com as denúncias, incentivando o registro, acolhendo, fazendo o BO, encaminhando a apuração;
5. Campanha estadual contra a homofobia e pelo respeito à diversidade sexual, com produção de anúncios, cartazes, outdoors, com divulgação nas mídias eletrônicas, rádios, TVs, TV Cultura, redes sociais, etc;
6. Articulação institucional com os governos municipais para a promoção de políticas públicas de combate à homofobia.
O ativista Beto de Jesus, comentou, recentemente, que os políticos, assim como os cristãos fundamentalistas, também devem ser responsabilizados pelos ataques homofóbicos.
Os primeiros, principalmente os deputados federais e senadores, por não aprovarem a legislação que torna crime a homofobia. Ou então, por aprovarem legislações que reforçam a discriminação. Vamos lembrar que a Cãmara Municipal de São Paulo aprovou o Dia do Orguho Heterossexual, um verdadeiro estímulo às agressões. Felizmente, o prefeito vetou essa aberração.
Os gestores públicos - em todos os níveis - também são co-responsáveis, por omissão, por não executarem eficientes e abrangentes políticas de combate à homofobia e promoção da cidadania LGBT.
Contudo, quem tem a mão mais suja de sangue gay são os pastores e padres homofóbicos, que vivem a pregar o ódio 24h por dia. Incitar o desprezo, a desvalorização, o desrespeito aos LGBT é armar as mãos que vão nos agredir, é incitar a violência.
O velho e bom Marx dizia o seguinte: "as ideias ganham força material quando penetram nas massas".
Os fundamentalistas cristãos estão fazendo o ódio anti-gay penetrar em amplos setores do povo brasileiro. Portanto: os malafaias, apolinários, maltas e bispos homofóbicos devem ser co-responsabilizados pela violência covarde contra LGBTs.
Até quando?
*Julian Rodrigues, licenciado em Letras, mestrando em ciências sociais, ativista LGBT, membro do Conselho Nacional LGBT pela ABGLT. É do grupo Corsa e da Aliança Paulista LGBT
Desde o final do ano passado foram pelo menos sete ataques semelhantes (registrados e repercutidos) na mesma região, afora os outros não notificados e os ocorridos em outras cidades. Até quando?
Fico me perguntando o que as autoridades públicas do Estado de São Paulo estão fazendo para enfrentar essa verdadeira epidemia homofóbica, concentrada na capital e na região próxima à Avenida onde, contraditoriamente, se realiza a maior parada do Orgulho LGBT do mundo!
É facilmente observável que não houve um reforço do policiamento ostensivo na região, como seria de se esperar depois de tantos casos. Isso para não falar no descaso quando são feitas as denúncias, pois muitos policiais desestimulam as vítimas a registrar a ocorrência e insistir na apuração. Também não sabemos se têm sido tomadas medidas no âmbito da inteligência policial, voltadas à prevenção desses crimes.
Muito menos há qualquer ofensiva midiática dos governos paulista e paulistano no sentido de combater a homofobia e promover o respeito à diversidade. Não existem campanhas anti-homofóbicas, como há contra o cigarro, por exemplo.
Essas preocupações levaram a Aliança Paulista LGBT, uma nova rede articulada no Estado de São Paulo, que já conta com 14 grupos, a pedir que o Secretário de Segurança Pública e a Secretária de Justiça e Defesa da Cidadania recebam o movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais em audiência para discutir ações imediatas.
Na carta aos Secretários, também se solicita que o governo estadual implemente as seguintes medidas:
1. Aumento significativo do policiamento ostensivo na região da Avenida Paulista, sobretudo durante a noite e na madrugada;
2. Reforço das ações de inteligência policial voltada à prevenção de ataques e ao mapeamento de possíveis agressores;
3. Reforço do efetivo e da estrutura da DECRADI, que está sobrecarregada;
4. Sensibilização das forças policiais para que lidem de maneira adequada com as denúncias, incentivando o registro, acolhendo, fazendo o BO, encaminhando a apuração;
5. Campanha estadual contra a homofobia e pelo respeito à diversidade sexual, com produção de anúncios, cartazes, outdoors, com divulgação nas mídias eletrônicas, rádios, TVs, TV Cultura, redes sociais, etc;
6. Articulação institucional com os governos municipais para a promoção de políticas públicas de combate à homofobia.
O ativista Beto de Jesus, comentou, recentemente, que os políticos, assim como os cristãos fundamentalistas, também devem ser responsabilizados pelos ataques homofóbicos.
Os primeiros, principalmente os deputados federais e senadores, por não aprovarem a legislação que torna crime a homofobia. Ou então, por aprovarem legislações que reforçam a discriminação. Vamos lembrar que a Cãmara Municipal de São Paulo aprovou o Dia do Orguho Heterossexual, um verdadeiro estímulo às agressões. Felizmente, o prefeito vetou essa aberração.
Os gestores públicos - em todos os níveis - também são co-responsáveis, por omissão, por não executarem eficientes e abrangentes políticas de combate à homofobia e promoção da cidadania LGBT.
Contudo, quem tem a mão mais suja de sangue gay são os pastores e padres homofóbicos, que vivem a pregar o ódio 24h por dia. Incitar o desprezo, a desvalorização, o desrespeito aos LGBT é armar as mãos que vão nos agredir, é incitar a violência.
O velho e bom Marx dizia o seguinte: "as ideias ganham força material quando penetram nas massas".
Os fundamentalistas cristãos estão fazendo o ódio anti-gay penetrar em amplos setores do povo brasileiro. Portanto: os malafaias, apolinários, maltas e bispos homofóbicos devem ser co-responsabilizados pela violência covarde contra LGBTs.
Até quando?
*Julian Rodrigues, licenciado em Letras, mestrando em ciências sociais, ativista LGBT, membro do Conselho Nacional LGBT pela ABGLT. É do grupo Corsa e da Aliança Paulista LGBT
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