sexta-feira, 1 de abril de 2011

Casal de lésbicas cria primeira clínica de fertilização para homossexuais

Casal lésbico
Um centro de fertilização especial para casais gays abriu suas portas em Birmingham, no Reino Unido, no começo desta semana. A ideia, que tem provocado polêmica entre grupos religiosos, surgiu do casal de lésbicas Natalie Drew, 36, e Ashling Phillips, 32, a partir de suas próprias experiências quando decidiram ter uma família.

Hoje mães de Gianna, 5, e Kai, 2 (Natalie engravidou de Gianna e Ashling, de Kai), elas contaram, em entrevista à CRESCER, que muitas vezes o casal do mesmo sexo que deseja ter um filho não recebe o suporte necessário de que precisa. Além do desgaste emocional, os casais ainda sofreriam prejuízos financeiros, quando são orientados, por exemplo, a fazer um tratamento de fertilidade desnecessário.
Foi o que aconteceu com elas em 2006, quando decidiram ter outro bebê – o Kai. “Fizemos inseminação artificial por quatro meses, enquanto Ash estava ovulando, mas ela não engravidava. Nas consultas com o nosso médico, ele estava mais interessado em testar o doador [queria que ele fizesse contagem de espermatozoides e teste de fertilidade] do que saber por que Ash não estava conseguindo engravidar”, conta Natalie. Alguns exames, aliás, Ashling realizou em uma clínica particular, o que custou cerca de R$ 6.500, sem necessidade. “Ele mesmo poderia tê-los feito, mas não estava disposto porque não estávamos tentando conceber pelo método natural”, diz.
Depois de mais dois meses insistindo com o mesmo doador, Ash engravidou. Foi, então, que Natalie criou um site básico para ajudar outros casais gays. O objetivo foi evitar que o casal passe por constrangimentos, como ter de dar explicações sobre por que estão buscando doadores.“Em 2010, o site passou por uma remodelagem e hoje conta com um banco de dados de 4 mil mulheres no Reino Unido, 600 doadores de esperma e 250 doadores de óvulos.
Este mês, elas inauguraram o Gay Family Web Fertility Centre, que, além de fazer essa ponte entre quem está procurando doadores e os doadores, também oferece consultoria para gays que querem constituir uma família, desde o início das tentativas para ter o bebê até após o nascimento. “Se o cliente precisar de uma clínica para fazer tratamento, temos algumas em que vamos trabalhar em conjunto, para garantir que ele receba o tratamento que ele/ela precisa”, diz Natalie. Apesar das críticas que têm recebido, o apoio da família, amigos e das comunidades gays não tiram a alegria do casal em ajudar na formação de novas famílias.
G1

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